Comprometimento com
qualidade leva escola a superar índices
O
trabalho desenvolvido na Escola Estadual Luiza Bezerra, localizada no município
de Juara, no noroeste de Mato Grosso, tem ganhado destaque no cenário nacional
pelos bons resultados obtidos. Com mais de 800 alunos matriculados no ensino
fundamental, a instituição tem obtido índice zero de evasão escolar desde 2011.
Os
números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) são outro
ponto de destaque da escola. Em 2013, ela obteve 6,7 no Ideb dos anos iniciais
(primeiro ao quinto), quando o esperado era 5,8. No Ideb relativo aos anos
finais (sexto ao nono anos) o resultado de 5,8 também superou a meta de 5,6.
“O
diferencial da nossa escola é o comprometimento com a qualidade da educação, o
trabalho coletivo em prol da aprendizagem e o envolvimento com a comunidade”,
diz a professora Sibeli Lopes, diretora da instituição. Ela cita ainda a
metodologia de projetos, utilizada pela escola há alguns anos.
“O
projeto Nossas mãos podem salvar o planeta – Lixo transformado em arte, incluso
no projeto político pedagógico (PPP) da escola há mais de cinco anos, trabalha
com conceitos de educação ambiental, solidariedade, arte, coordenação motora,
conservação do patrimônio público e outros temas interdisciplinares”, explica
Sibeli. “Outro projeto que vem dando muito certo há mais de 10 anos é Sala de
Leitura, que explora a leitura, a interpretação e a escrita”, ressalta. Os
projetos Estudantes Solidários, Apoio Pedagógico e Laboratório de Informática
são outros citados pela diretora.
A
Escola Estadual Luiza Bezerra foi Destaque Brasil na edição 2013 do Prêmio
Gestão Escolar, promovido pelo Conselho Nacional dos Secretários de Educação
(Consed), com apoio do Ministério da Educação, União Nacional de Dirigentes
Municipais de Educação (Undime) e Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), entre outras instituições.
De
acordo com Sibeli, a premiação não é resultado de sua gestão apenas, mas de um
trabalho coletivo de mais de duas décadas, que envolveu muito compromisso e
dedicação por parte dos profissionais da escola. “Nosso trabalho foi e é
pautado no PPP da escola e nas legislações vigentes, o que dá maior
consistência no fazer educacional”, adianta.
Para
2015, a diretora pretende implementar algumas ações nos projetos já existentes
e implantar alguns comitês formados por grupos de alunos e um professor líder,
que incluem, entre outros, o comitê de orientação sobre a preservação do
patrimônio público. Outro plano é terminar as obras de reforma geral na escola,
com a construção de salas para o desenvolvimento das atividades dos projetos.
Professora
há cerca de dez anos e gestora desde 2013, Sibeli tem licenciatura plena em
matemática e cursa, atualmente, pós- graduação em metodologia da
interdisciplinaridade. (Fátima Schenini)
Compreensão e dedicação fazem a diferença na escola
Uma escola no interior do Amazonas é exemplo de excelência na
área de educação. Localizada no município de Itacoatiara, a cerca de 270
quilômetros de Manaus, a Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima se
destaca mesmo em meio às adversidades enfrentadas por seus estudantes,
originários, em sua maior parte, de bairros carentes da periferia e também da
zona rural.
Segundo a diretora da instituição, Maria Elzineide do Espírito
Santo Farias, a escola é uma das poucas no município que recebem alunos com deficiência
auditiva e visual e com distorção idade/série, excluídos de outras escolas
devido à reprovação ou à evasão escolar. Além disso, explica, muitos alunos
precisam acordar às três horas da madrugada para que possam chegar a tempo na
escola. “Nesse contexto, são inúmeras as carências que eles carregam consigo”,
avalia. “Procuramos compreender nossos alunos em suas carências, angústias,
sonhos e expectativas ou mesmo motivando-os a estabelecer metas para o futuro”,
diz.
Com mais de 800 alunos matriculados, a escola desenvolve
inúmeros projetos em diversas áreas, tais como o projeto Mexa-se, de ginástica
laboral e aeróbica, o projeto Alfabetização sensorial dos alunos cegos, por
meio do uso das plantas medicinais, e o projeto Escola Sustentável, para conscientizar
os alunos na questão ambiental.
Graças aos recursos do programa Mais Educação, do Ministério da
Educação, a escola oferece reforço escolar nas disciplinas de matemática e
língua portuguesa, além de aulas de dança, judô e percussão no período do
contraturno.
A escola também desenvolve atividades na área dos programas
Projovem Urbano e Projovem Campo – Saberes da Terra, do MEC. Eles buscam
oportunizar a jovens alfabetizados, de 18 a 29 anos, a escolarização em ensino
fundamental, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), de forma
integrada à qualificação social e profissional.
A escola foi a vencedora no estado do Amazonas do Prêmio Gestão
Escolar edição 2013, promovido pelo Conselho Nacional dos Secretários de
Educação (Consed), quando recebeu o diploma Escola Referência Nacional em
Gestão. “Atribuo esta conquista à equipe escolar – professores, funcionários,
alunos, pais e comunidade em geral – pela dedicação, competência e ousadia de
uma equipe que pensa no resultado do grupo, na conquista em conjunto e que é,
acima de tudo, comprometida com uma educação de qualidade”, ressalta a
diretora.
Em sua visão, a escola senador João Bosco é guerreira, pois
conta com a dedicação de todos os funcionários e demais parceiros para fazer a
diferença na vida dos alunos.
De um total de 25 anos no magistério, Maria Elzineide atua há 13
como gestora da escola senador João Bosco. “É uma escola guerreira, pois todos
os funcionários e demais parceiros se dedicam para fazer a diferença na vida
dos alunos”, avalia.
Ela acredita que a educação é responsabilidade de todo, por essa
razão adota a gestão compartilhada e colaborativa. “Todos os segmentos da
escola têm vez e voz, podem expor suas opiniões, reivindicar ações e,
sobretudo, participar ativamente de todo o processo educacional”, esclarece.
Em 2015, a diretora espera que cerca de nove projetos sejam
aprovados pelo Programa Ciência na Escola, financiado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Amazonas, a fim de incentivar a iniciação científica na
escola. Outra meta é dar continuidade aos programas Projovem Urbano e Projovem
Campo – Saberes da Terra.
“Nossa pretensão é aprimorar os projetos já vivenciados,
aprofundando as ações a serem desenvolvidas, verificando os resultados
alcançados, reforçando os pontos positivos e avaliando os negativos a fim de
garantir o melhor aprendizado dos alunos”, garante Maria Elzineide. Com
graduação em educação física e em biologia e especialização em tecnologia
educacional e em gestão escolar, ela cursa, atualmente, mestrado em ciência da
educação. (Fátima Schenini)
Diretor explica
iniciativas que levaram à conquista de dois prêmios
Diretor
há oito anos da Escola Estadual de Educação Básica Augusto Ruschi, no município
gaúcho de Santa Maria, Danclar Jesus Rossato viu a instituição de ensino obter
o título de destaque estadual no Prêmio de Gestão Escolar em 2009 e em 2013.
Criado em 1998, pelo Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), o
prêmio é um estímulo à melhoria da gestão e da qualidade do ensino.
“É
algo marcante em todo o Brasil, pois não é tão comum a mesma escola receber por
duas vezes e sob a mesma direção essa premiação tão importante”, destaca
Rossato. Em sua visão, a adoção de medidas como gestão democrática e
participativa, descentralização, trabalho em equipe e avaliação periódica da
escola contribuíram para os bons resultados. Ele acrescenta à lista a
implementação de projetos regionais, como radioescola, jornal, xadrez e jogos
de integração, além dos programas federais Escola Aberta para a Cidadania e
Mais Educação.
Outros
pontos importantes, segundo o diretor, são a realização de parcerias com
instituições locais, regionais e estaduais, o emprego eficiente do dinheiro
público, a capacitação e a formação de professores e funcionários e o incentivo
ao esporte, à cultura e ao uso de tecnologia. “A escola tem dois laboratórios
de informática e sistema de internet wi-fi em todas as dependências”, ressalta.
De
acordo com Rossato, todos os programas e projetos em execução na escola serão
mantidos em 2015. “Também continuaremos trabalhando nossa proposta pedagógica
dentro do mesmo complexo temático construído em 2014 — qual é o meu valor?,
qual é o seu valor?, quais são os nossos valores?”, explica.
Lideranças — Este ano, Rossato
pretende identificar e preparar lideranças para o futuro da escola. “A
caminhada educacional não pode parar após nossa gestão”, salienta. “Precisamos
dar continuidade e, para isso, é necessário capacitar novas lideranças.” O
diretor quer ainda compartilhar com outras escolas as práticas bem-sucedidas de
sua gestão.
Com
graduação em letras (língua portuguesa), administração de empresas e filosofia,
Rossato tem especialização em gestão escolar. A escola Augusto Ruschi atende a
cerca de 1,4 mil alunos, matriculados nos ensinos fundamental e médio. Funciona
nos três turnos e fica aberta também nos fins de semana para a realização do
programa Escola Aberta. (Fátima Schenini)
Saiba
mais sobre o Prêmio Gestão
Escolar
Incentivo à leitura é foco de programa em escola gaúcha
Valorizar
a leitura e desenvolver o gosto dos alunos por essa atividade são os enfoques
principais do programa Ensino Médio Inovador desenvolvido pela Escola Estadual
de Ensino Básico Poncho Verde, no município gaúcho de Panambi, desde fevereiro
de 2014.
Por
meio dos projetos de leitura Autor na Escola e Momento Ler, mais de 500
estudantes do ensino médio politécnico, dos turnos diurno e noturno, tiveram
oportunidade de ampliar seus conhecimentos e melhorar seu vocabulário, além de
preparar a mente para o estudo das disciplinas escolares. O aprofundamento de
temas relacionados a preconceito e assuntos do cotidiano e o cultivo do
respeito com os autores e suas obras foram outros dos benefícios trazidos.
As
primeiras ações começaram em fevereiro, a partir do contato da escola com a
editora para a escolha e a compra dos livros e a divulgação do projeto na
comunidade escolar. Em seguida, houve a formação de um grupo interdisciplinar e
foi feita a entrega das obras aos alunos do ensino médio. No decorrer do ano, a
escola foi visitada pelos autores Walmor Santos, Maria Inez Flores Pedroso,
Orlando Fonseca e Pablo Moreno.
“O
programa Ensino Médio Inovador trouxe benefícios significativos para a escola”,
diz a professora de inglês e de língua portuguesa, Carini de Fátima Ribeiro
Hinnah. “Os alunos tiveram oportunidade de ganhar obras literárias, bem como de
conhecer pessoalmente os autores dos livros que ganharam”, salienta.
Carini
explica que a escola se manteve mobilizada para a leitura no decorrer do ano.
“Toda a semana, durante 30 minutos, alunos, professores, funcionários e equipe
diretiva paravam seus afazeres para a realização do Momento Ler”, salienta. Em
sua visão, essa prática trouxe resultados excelentes: “Percebe-se a leitura
sendo feita pelo prazer de ler, sem imposição deste ou daquele relatório”,
justifica. Com graduação em letras e especialização em linguística e ensino da
língua e da literatura, Carini está no magistério há 12 anos.
Segundo
a professora de língua portuguesa Sandra Maria Ramos Schmidt, os alunos ficaram
mais interessados em ler, estudar e perguntar e melhoraram nas apresentações de
trabalhos. “Até os alunos mais tímidos passaram a se expressar melhor”, avalia.
Graduada
em letras e há dez anos no magistério, Sandra destaca a apresentação de livros
e paródias pelos alunos e a realização da hora da literatura, na qual eles
deviam comentar sobre o que estavam lendo, entre as principais atividades
desenvolvidas pelo programa.
Para
a diretora da escola, Áurea Denise da Costa Menegon, o programa teve muita
receptividade, com envolvimento de alunos e professores em todas as atividades
propostas. De acordo com ela, o programa também contou com a participação de
alunos e professores do ensino fundamental. “Eles se engajaram nas atividades
do Momento Ler e na aquisição de livros para a biblioteca”, ressalta.
Há
19 anos no magistério e há oito no exercício da função de diretora, Áurea tem
licenciatura plena em biologia e especialização em gestão e supervisão escolar.
(Fátima Schenini)
Portal do professor: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=3771